MOSTRO CABELUDO

Sexta feira. 23h45.
Ouvi um barulho estranho.

Vivi momentos de terror.

Estava na mesa da sala ainda trabalhando. Photoshop aberto, bombando. De canto de olho eu percebi algo em movimento.

Putaqueopariu. Uma barata do tamanho de um jacaré no meio da sala. Porra, eu moro no 17° andar. Como um bicho desse tamanho chegou aqui? Tá de sacanagem? Tem passarinho que não voa tão alto. É contra a lei da física.

Dei um salto. Rolei por cima da mesa e caí do outro lado. Muitos anos de arte marcial, manja? O animal, sedento por sangue, percebeu e acompanhou meus movimentos. Cara, ela tinha barba e sobrancelhas. Dava para fazer uma tatuagem no braço cabeludo dela. Ficou olhando pra mim por alguns segundos. Sei lá quantos, cacete. O momento era muito tenso.

Cada vez que ela se mexia, fazia barulho no chão de tão grande. Parecia uma cadeira arrastando. Abaixei lentamente, peguei meu sapato e num movimento ninja, matei-a-a. Bati com tanta força que o vizinho de baixo tocou o interfone achando que pudesse ter acontecido algo grave.

Porra, eu sofri um atentado. Lógico que foi algo grave.
Não poderia correr o risco de não extermina-la sob pena de ser devorado por aquele ser, depois.
Recolhi o corpo com uma pá e enviei-a para o esgoto através do vaso sanitário. Enquanto tudo isso aconteceu, Romeu, meu gato não se mexeu. O desgraçado só acordo porque dei um cutucão nele. Bunda mole.
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