A MACONHUDA

É o seguinte: acho que a dona Elidia tá consumindo entorpecentes nas áreas comuns aqui do prédio. É a terceira vez que eu chego na garagem e sinto cheiro do cigarrinho do diabo e ela está lá, no meio dos carros. Sempre com a cara do Gato de Botas, manja? Ela diz que “precisa andar”. Muito estranho. Vai andar na rua.

Ela é muito louca. Na reunião de condomínio ela vai com um boné do MST e máscara com estampa do Wolverine. Juro. No último encontro ela falou pro tiozinho da imobiliária que seria legal colocar um jardim no lugar playground. Sabe pra que? Certeza que ela quer plantar uns pezinhos de maconha. Ela é maconhuda.
Semana passada, na recepção, ela estava de chinelo e meia. Uma de cada cor. Tava brava, falando com o Sidney, que há uma semana o Bento não conversava com ela porque ela esqueceu de pagar a Netflix. “Como pode você morar com alguém que não conversa?” Meu. A Bento é um cachorro. Todo estropiado. Ele pode até assistir TV, mas nem sabe o que é Netflix.
Agora ela deu para ficar na recepção, de noite, sentada no sofá, com uma camiseta do Bob Marley toda furada, boina e roupão. Parece uma assombração. Quando chega pizza e você vai buscar ela pergunta do que é a porra da pizza. É sério. Outro dia ela disse: “potz, pediu na Mamma Pizza? Tomara que não seja a de brócolis. É uma bosta”. Desgraçada.
E tudo tem limite. Se eu pegar ela de novo fazendo furinho nas encomendas do Ali Express para ver o que o que tem dentro, chamo a polícia.
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